terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Glutão

Esfomeado e faminto, vejam só, o Glutão habitava a palácios dourados.

Quanta sede de uvas verdes, quanta sede de uvas nobres...

Embriaga-te de paixão, ó Glutão, que és flácido e incapaz de amar!

E na flacidez ele se permitiu viver. E da flacidez ele se permitiu amar.

Quem era o Glutão, que a este palácio veio a habitar?


E por terras derretia sua graxa perolada,

E por terras não vivia sua fome desejada.

Apenas por mesas de feudos e deuses,

Apenas por camas de musas e damas.


Ó Glutão, quem és ti, cuja alma sempre foi enfastiada...

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